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Juliana Marins morreu cerca de 32 horas após a queda, dizem peritos
Em coletiva, irmã, perito e legista relembram cronologia do caso e apontam causa e perspectiva do horário da morte
Juliana Marins morreu cerca de 32 horas após a queda, dizem peritos
Foto do autor Leonardo Brito Leonardo Brito
Por: Leonardo Brito Data da Publicação: 11 de julho de 2025FacebookTwitterInstagram
Crédito: Jullia Paiva/A TRIBUNA

Nesta sexta-feira (11) aconteceu na sede da Defensoria Pública da União, no Centro do Rio, a coletiva com a divulgação do laudo da causa da morte da publicitária Niteroiense Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair em uma trilha no Vulcão Rinjani, na Indonésia.

A coletiva começou às 13h15 e contou com a presença do perito Reginaldo Franco Pereira e o médico legista Nelson Massini, contratado pela família.  

Mariana Marins, irmã de Juliana começou dando uma retrospectiva do momento da queda da irmã até o momento do resgate com ela, já morta.

 

Foto: Jullia Paiva / A TRIBUNA


A primeira queda, de cerca de 220 metros, aconteceu às 17h do dia 20 de junho, hora de Brasília, 4h, horário local.

O perito da Polícia Civil afirmou acreditar que ela deslizou pelas costas no terreno e no último impacto caiu de frente, o que causou a morte.

Segundo Mariana, na primeira queda, Juliana desceu cerca de 220 metros. Durante esse trajeto, ela escorregou 60 metros até um paredão rochoso. "É uma parede íngreme de rocha e areia. Ela cai do ponto da trilha até um paredão. O ponto final dessa primeira queda é de cerca de 220 metros"

Segundo o perito Reginaldo Franklin, da Polícia Civil, com o encontro de algumas larvas no couro cabeludo de Juliana foi possível estimar, com base na biologia do inseto, a hora da morte da jovem. "Meio-dia do dia 22 (horário da Indonésia) mais 15 minutos, essa é a estimativa. Ela permaneceu viva por cerca de 32 horas", afirmou.

Os peritos afirmaram com base nas estimativas da família, que Juliana cai da trilha de 220 metros e depois escorrega por mais 60, onde após isso, 15 minutos depois, teria acontecido a morte, e logo depois a queda final de 370 metros, onde foi encontrada. Foram 650 metros de profundidade.

Esse dado do horário da morte converge em partes com os dados preliminares divulgados pela Indonésia na manhã desta sexta-feira (12), em que ela teria morrido nesse intervalo de 32 a 48 horas pós queda, o que na visão dos peritos, é uma margem absolutamente normal.

 

Crédito: Jullia Paiva 


Ela morreu por conta de um trauma grande por conta lesões após as quedas. A primeira queda na cabeça e depois lesões e fraturas no fêmur, na costela, outra lesão que abriu a pelve, o que gerou uma hemorragia interna e intensa.

As piores lesões acontecem na queda de 60 metros. Por volta de 15 minutos depois da queda, ela teria morrido. Depois a queda final, de cerca de 370 metros. De onde ela caiu para onde foi resgatada, foram 650 metros.

"Foi uma morte extremamente sofrida e agônica", disse Nelson Massini.

Questões como hipotermia, fome e sede não foram determinantes para a morte. A irmã ainda explicou que o último registro fotográfico de Juliana com vida foi feito às 6h59 da Indonésia, por drone, no dia 21 (17h59 do Brasil). Às 7h51 ela foi vista pela última vez por uma turista espanhola, antes dela voltar para o camping. Nesse momento, Juliana ainda conseguiu gritar com os turistas europeus, pedindo ajuda. Ela dá dois gritos: “Help” e um grito final de “ ahh”

O estado do corpo, já embalsamado, comprometeu parte das análises, como a verificação de sinais clínicos mais sutis.

Mariana ainda afirmou que a família ainda vai definir se entram ou não com processo sobre a Indonésia e agradeceu dizendo que “Se não fosse toda a mobilização, ela não teria sido resgatada”

 

Crédito: Jullia Paiva 

 

Para Reginaldo, essa coletiva é fundamental para dar uma resposta a sociedade sobre os fatos ocorridos na Indonésia

"É importante dar uma resposta a sociedade" afirmou.

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