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Professora da UFF esclarece dúvidas sobre a sífilis
Boletim do Ministério da Saúde aponta o crescimento da doença, inclusive entre gestantes
Professora da UFF esclarece dúvidas sobre a sífilis
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 16 de outubro de 2024FacebookTwitterInstagram
Taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23% (Foto: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL)

Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a sífilis, divulgado pelo Ministério da Saúde, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos da doença cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%.

O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Ao site da Universidade Federal Fluminense (UFF), a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, esclareceu detalhes sobre a sífilis, meios de prevenção e de tratamento.

O que é sífilis? Como podemos identificar os sintomas?

“A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários estágios clínicos, cada um com sinais e sintomas característicos: sífilis primária, secundária, latente recente e tardia, terciária. Cada estágio possui características próprias”.

Quais ações são recomendadas para prevenir a doença? Quais tratamentos são indicados?

“São indicadas medidas preventivas, como, por exemplo, o uso de preservativos. Além disso, recomenda-se a realização de testes periódicos para infecções sexualmente transmissíveis. Os testes estão amplamente disponíveis através da rede pública de saúde, bem como o principal tratamento, que é o uso de penicilina em doses determinadas de acordo com o estágio da doença”.

Número de gestantes com sífilis aumentou (Foto: ARQUIVO/MDS)

O que é a sífilis congênita? Como identificar casos de transmissão vertical?

“Quando a sífilis é adquirida por uma gestante, chamamos de Sífilis Congênita. As manifestações da doença são as mesmas, mas o grande problema é que a gestante transmite para o seu bebê, então a gente chama de transmissão vertical, da mãe para o bebê”.

De acordo com o Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, do Ministério da Saúde, no período de 2012 a 2022 houve um aumento na taxa de detecção de sífilis. Por que ocorreu esse aumento anual? O que o governo pode fazer para contê-lo?

Nós colocamos a sífilis adquirida no mesmo bloco de outras infecções sexualmente transmissíveis, então temos que pensar em mecanismos de orientação e prevenção, principalmente nas escolas, e no acesso aos serviços de saúde, porque o jovem dificilmente faz o acompanhamento em unidades de saúde”.

Neste mês, como forma de enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequado da sífilis, o Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) do Departamento de Microbiologia e Parasitologia (MIP/UFF), comandado pelo professor Mauro Romero Leal, está realizando uma campanha de esclarecimento público por telefone “TeleSífilis”, com o objetivo de, a partir de ligações, orientar a população sobre a doença, em especial para gestantes. A ação ocorre durante todo o mês de outubro, das 10h às 18h, de segunda-feira a sábado, através do número: (21) 3005-3102.

A entrevista completa pode ser vista neste link.

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