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Em entrevista para o repórter de A Tribuna, Gabriel Ferreira, o prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), disse, nesta segunda-feira (28), que pretende reduzir o números de pessoas em situação de rua: um problema crônico da cidade. "Esta é outra prioridade. Esse problema se intensificou após a pandemia, não só em Niterói, mas em diversas partes do mundo. Vamos resolver esse problema com uma ação firme e humana, assim como enfrentamos a criminalidade", prometeu.
BARCAS MAIS BARATAS
Outro aspecto tratado, durante a entrevista, foi o subsídio às barcas que fazem a travessia entre o Rio e Niterói. Ele pretende contar com a participação do governo federale estadual na tarefa. "Conversei com o Presidente da República e o governador do estado para buscar cooperação e fazer Niterói avançar. A partir de janeiro, Niterói se compromete a apoiar e subsidiar parte da tarifa das barcas, especialmente do catamarã de Charitas, visando melhorar a qualidade, aumentar a frequência e reduzir a tarifa", sublinhou.
ABSTENÇÕES
O prefeito também comentou, na entrevista, o alto índice de abstenções na cidade. Os dados foram divulgados pelo jornal A Tribuna, no último domingo (27). Segundo ele, a ausência dos eleitores às urnas são um reflexo do sentimento do eleitorado do país como um todo. "A abstenção nessas eleições foi menos do que em 2020 e segue a média histórica do Brasil e suas cidades. É claro que precisamos incentivar a participação de todos. Conquistamos todas as zonas eleitorais e regiões de Niterói", apontou Rodrigo.
EMENDAS PIX
Além do crescimento do eleitorado de direita e de extrema-direita, constata-se, nestas eleições municipais, o poder que as emendas pix têm de influenciar na decisão do eleitor. Neste segundo turno, elas foram decisivas, em 105 municípios - dentre 112 que contam com esse tipo de recurso -: índice de 93,7%. Nesse bolo, grande parte dos prefeitos que tentavam a reeleição se deram bem.
DOMÍNIO DA DIREITA
É flagrante que, nestas eleições municipais, a direita e a extrema-direita cresceram muito, em todo o Brasil. O PSD conquistou prefeituras de 887 municípios, sendo cinco capitais: aumento de 35%, em relação às eleições de 2020. O MDB ficou com cinco capitais. Já o PL foi a sigla que mais cresceu, conquistando também quatro capitais. O União Brasil se manteve e também permaneceu com quatro capitais. PT, PSB, Republicanos e Avante ficaram com apenas uma capital cada. PDT e PSDB perderam todas as suas prefeituras, em capitais.
DIREITA DOMINA O RJ
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Cláudio Castro consolidaram uma base forte no estado: com 22 cidades, o PL dominará a maioria das prefeituras, a partir de 2025. Considerada como uma legenda de centro-direita, que às vezes conta com o apoio do PT de Lula, o PSD, que reelegeu o prefeito da capital, Eduardo Paes, é o partido com o maior número de população governada, apesar de ter passado, de 2020 para 2024, de cinco para três prefeituras. Os liberais vêm em seguida; em terceiro, o PP de Arthur Lira. O bolsonarismo se consolidou na Baixada Fluminense, ao eleger 11 dos 13 novos gestores municipais do PL ou de partidos aliados. Pela esquerda, o PDT ficou apenas com a importante Prefeitura de Niterói, ao eleger Rodrigo Neves; já o PT elegeu três prefeitos: Washington Quaquá, em Maricá; Andrezinho Ceciliano, em Paracambi; e Dra. Fernanda Ontiveros, em Japeri.
NITERÓI E SUA CORRELAÇÃO DE FORÇAS
Eleito com 156.067 votos (57,20%), em Niterói, o novo prefeito, Rodrigo Neves (PDT), contará com uma confortável maioria, na Câmara Municipal: pelo menos 14 de 21 vereadores estarão na base governista. A despeito das abstenções de 30.025 niteroienses, não se pode desprezar a força do bolsonarismo na cidade, que conquistou o voto de 116.796 eleitores (42,80%), a favor de Carlos Jordy (PL). Rodrigo não tem outra opção: precisa fazer um excelente governo, a fim de tentar a reeleição ou, no mínimo, ser uma peça-chave para a sua própria sucessão. A depender da conjuntura política e da correlação de forças da cidade, do estado e do país, o prefeito eleito poderá, até mesmo, contar com o apoio de outros possíveis aliados do campo progressista.
Neste ano, o PSOL diminuiu de tamanho e, diferentemente de 2020, quando contou com Paulo Eduardo Gomes, só conseguiu reeleger Túlio Motta e Benny Bryolly. Os três, dentre outros psolistas de peso, como a terceira colocada Talíria Petrone, apoiaram Rodrigo no segundo turno, "contra o fascismo e o retrocesso". Não há garantias, entretanto, de que os dois parlamentares votarão a favor do governo, em todas as pautas. Túlio, por exemplo, já adiantou que estará na oposição. Resta esperar pelo comportamento de Benny que, apesar de crítica ao governo do PDT, parece ser mais próxima ao grupo político de Rodrigo Neves.
ESTADO DO RIO TEM DÉFICIT DE MAIS DE R$ 14 BI
Os deputados da Alerj começam a discutir, em plenário, nesta terça-feira (29), o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025 e o de revisão do PPA (Plano Plurianual) 2024/2027. A previsão orçamentária enviada pelo Executivo é de déficit de R$ 14,6 bilhões para o ano que vem, com receita líquida estimada de R$ 107,52 bilhões e despesas previstas em R$ 122,18 bilhões. Este será o primeiro dia de debates dos textos, que continuarão abertos para a discussão na sessão ordinária da quarta-feira (30). Depois, os deputados terão cinco dias úteis para elaboração de emendas às propostas.
COTA RACIAL
O Ministério Público Federal (MPF), através da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro, moveu ação civil pública, com pedido de liminar, para que a União, sob pena de multa diária, publique, em até 15 dias, um ato interministerial que fixe metas intermediárias para assegurar a reserva de 30% das vagas de cargos comissionados e funções de confiança para pessoas negras em órgãos públicos federais. A judicialização do caso ocorre após o não cumprimento de recomendação expedida pelo MPF em julho deste ano. O percentual foi estabelecido em decreto de 2023.
ALERTA AO PT
O prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá, que também é vice-presidente nacional do partido, usou as suas redes sociais na noite de domingo, 27, e alertou o seu partido para mudar a estratégia eleitoral para não perder em 2026, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá tentar a reeleição. No texto intitulado “O PT precisa parar de errar”, o dirigente afirmou que Guilherme Boulos (PSOL), que perdeu em São Paulo para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), era a “candidatura errada na cidade erradas”. “Escolhemos uma candidatura com um teto de limite de eleitor de esquerda. Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder”, observou. “O PT precisa rever suas pautas e suas prioridades urgentemente”, afirmou. No final, criticou o governo federal: “Age como se não tivesse responsabilidade com as eleições e a luta política real no território”.
GASTOS DE CAMPANHA
Dos dois candidatos que disputaram o segundo turno em Niterói, Carlos Jordy (PL) foi o que mais gastou durante toda a campanha, somados os dois turnos, conforme dados do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O bolsonarista arrecadou R$ 11.011.355 e gastou R$ 10.739377,95.
Carlos Jordy arrecadou pouco mais de R$ 11 milhões para sua campanha e gastou quase tudo. O maior gasto foi de R$ 2.617.040,00 com material gráfico. Já Neves teve despesa de R$ 5.648.855,90. A maior foi de R$ 972 mil com a agência de comunicação responsável pela campanha. Ele arrecadou R$ 9.180.000. Os dois têm prazo de até 19 de novembro para apresentar prestações de contas ao TSE.
SUCESSÃO NA CÂMARA
Encerrada a apuração no segundo turno em Niterói, em breve começam as articulações para a eleição à Presidência da Câmara Municipal, que ocorrerá em fevereiro de 2026. O oposicionista PL, que elegeu a maior bancada, com quatro vereadores, poderá indicar Douglas Gomes, reeleito com 16.369 votos no último pleito, para disputar a sucessão do atual presidente, Milton Cal (União). Gomes já se colocou à disposição para a briga. Já Cal deverá tentar a reeleição com apoio da base governista, composta de 14 dos 21 parlamentares.
PRIMEIRA VICE
Isabel Swan (PV), de 40 anos de idade, vice na chapa do prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), é a primeira mulher eleita em um cargo majoritário na história da cidade. Quando o pedetista viajar ao exterior, será a primeira prefeita em exercício. Se Neves disputar o governo do estado em 2026, poderá ser a primeira mulher a governar o município. Velejadora medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, ela é formada em Comunicação Social na UFF, com pós-graduação em Gestão de Projetos pelo Ibmec-RJ. De 2021 até março deste ano foi coordenadora da área Mulher no Esporte”, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
VOLTA AOS TRABALHOS
Durante todo o segundo turno, os vereadores de Niterói não votaram nada para trabalhar em apoio aos candidatos a prefeito no segundo turno. Por isso, a pauta ficou parada e há vetos do prefeito Axel Grael a 11 projetos de lei a serem votados. Sendo duas mensagens executivas e nove de autoria dos parlamentares. São vetos são totais e seis, parciais (a um ou mais artigos da proposta). Eles deverão começar a ser apreciados a partir da sessão desta terça-feira, 29.