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Pacientes transplantados são contaminados com HIV no Rio
A informação foi confirmada pela Secretaria e disse que vem acompanhando o caso
Pacientes transplantados são contaminados com HIV no Rio
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 11 de outubro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Divulgação

Cerca de seis pessoas que estavam na fila de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) receberam órgãos contaminados pelo vírus HIV e testaram positivo para a doença. A informação foi publicada inicialmente pela Rádio Bandnews FM e confirmada por A TRIBUNA.

O incidente é considerado inédito, e está sendo investigado pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a apuração dos jornalistas Rodolfo Schneider e Amanda Meirelles, a infecção foi descoberta no dia 10 de setembro, quando um paciente recebeu um coração, e depois de nove meses após o transplante, começou a passar mal. 

Foto: Divulgação/ Agência Brasil

Após uma série de exames, o diagnóstico foi positivo para a doença.

Na ocasião, as autoridades refizeram todo o processo e descobriram que pelo menos 2 doadores tinham o HIV — mas a triagem dos órgãos deles, feita por um laboratório privado, não detectou o vírus e os despachou para o transplante.

Laboratório é fechado pela Vigilância Sanitária

O laboratório PCS Lab Saleme, uma unidade privada localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi fechada após uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Coordenadoria Estadual de Transplantes.

Além do fechamento, foram encontradas inúmeras irregularidades no estabelecimento médico. Entre elas, a falta de kits para exames. O caso vem sendo investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil.

Com o caso, o Hemorio passou a resetar todo o material coletado - Foto: Divulgação

Vale lembrar que a empresa foi contratada pela Secretaria de Saúde em dezembro do ano passado, após um processo de licitação avaliado em R$ 11 milhões.

Após o caso, o Hemorio vem resetando o material armazenado de 286 doadores. 

O que dizem os envolvidos

Procurada por A TRIBUNA, a SES-RJ informou que o caso é inadmissível e que uma comissão multidisciplinar foi criada para acompanhar o caso. Veja a nota completa:

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.  Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.

Já o laboratório PCS Lab, unidade contratada pela Secretaria Estadual de Saúde para realizar os transplantes de órgãos em pacientes que aguardavam na fila de espera, informou que abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades do caso envolvendo diagnósticos de HIV em pacientes transplantados ocorridos no Estado do Rio. 

A empresa diz ainda que informou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado.

Veja a nota completa:

O laboratório PCS Lab abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades do caso envolvendo diagnósticos de HIV em pacientes transplantados ocorridos no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969. 

O laboratório informou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado. Nesses procedimentos foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O PCS Lab dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares; e reitera que está à disposição das autoridades policiais, sanitárias e de classe que investigam o caso.

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