Assinante
Entrar
Cadastre-se
Uma operação da Polícia Civil no Complexo de Manguinhos realizada na manhã desta quarta-feira (8) terminou em tiroteio dentro da Fundação Oswaldo Cruz. Segundo o delegado André Neves, chefe das delegacias especializadas do Rio de Janeiro, um suspeito foi morto, um baleado e outro preso durante o confronto. Armas e drogas foram apreendidas.
Por causa da troca de tiros, a Polícia Militar precisou interditar as avenidas Leopoldo Bulhões e Dom Hélder Câmara. Manifestantes colocaram fogo em barricadas e apedrejaram ônibus, e um homem foi preso em flagrante. De acordo com a Rio Ônibus, 10 linhas municipais tiveram os itinerários alterados. O tráfego nas vias foi liberado à tarde.
Alguns disparos atingiram a Cidade da Polícia e o campus da Fiocruz. A fundação informou que uma trabalhadora do campus foi atingida por estilhaços causados por uma bala perdida e atendida na hora.
“A ação da Polícia Civil dentro da Fiocruz coloca trabalhadores em risco”, afirmou a instituição, em nota.
"Quem coloca em risco a população são os criminosos. Temos imagens de traficantes dentro da Fiocruz, então foi necessário que nossos agentes entrassem na instituição para evitar que houvesse um dano maior lá. São criminosos que roubam, agridem, assolam a população. Essa é mais uma resposta firme da Polícia Civil no combate a essa organização", rebateu André Neves.
Além disso, dois funcionários do setor de vigilância da Fiocruz foram presos em flagrante auxiliando na fuga de traficantes da comunidade. Segundo a Polícia Civil, imagens mostram um veículo a serviço da instituição auxiliando na fuga de criminosos. A fundação desmentiu, afirmando que era um vigilante do complexo.
"Causa muita estranheza acusações maldosas contra os policiais, dado o histórico de ocorrências com traficantes que buscam abrigo em prédios públicos, incluindo escolas e unidades de saúde, bem como a própria Fiocruz, onde isso já havia ocorrido em situações anteriores", afirma o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Á tarde, policiais ocuparam as comunidades Nelson Mandela e Varginha. Diversos veículos blindados percorreram as favelas. Por conta da operação, a Fiocruz antecipou o final do expediente e liberou os funcionários. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros procuram os corpos de dois bandidos que foram alvejados próximo ao rio que corta a localidade.
Um dos gerentes do tráfico de drogas no Mandela foi morto e um criminoso foi ferido, sendo socorrido para um hospital da região. Além disso, um homem foi capturado, em cumprimento a um mandado de prisão.
Além disso, criminosos de Manguinhos, buscando escapar para o Jacarezinho, comunidade explorada pela mesma facção, atacaram uma viatura em frente à Cidade da Polícia. Os disparos atingiram uma moradora que passava pelo local.
Eles ainda lançaram um artefato explosivo nas proximidades. Imediatamente, o Esquadrão Antibomba da Core foi acionado e realizou a detonação controlada do explosivo. O material arrecadado será analisado.
Durante a operação, foram apreendidos fuzis, duas pistolas, 4.730 unidades de lança-perfume, nove galões com lança-perfume, 2.650 pinos de cocaína, 390 pedras de crack, 110 papelotes de maconha, 31 tabletes de maconha e 40 papelotes de skunk.
Segundo a Polícia Civil, as ações desta quarta-feira (8) são realizadas por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da 21ª DP (Bonsucesso) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e fazem parte da Operação Torniquete. A corporação afirma que os agentes foram recebidos a tiros pelos criminosos durante as diligências e houve confronto.
“O objetivo da operação é o combate aos roubos e receptação de cargas praticados pela facção criminosa que explora as comunidades. As receitas advindas desses crimes financiam as atividades das organizações, as disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade”, disse a Polícia Civil, em nota.
Conforme apurado pelos investigadores, os criminosos realizam um sofisticado processamento das cargas roubadas dentro do complexo, o que envolve a classificação, separação e redistribuição das mercadorias, que são posteriormente comercializadas tanto nas comunidades quanto em outras regiões da cidade.
De acordo com a Polícia Civil, há indícios claros de que parte dessas cargas são subtraídas sob encomenda, atendendo a demandas específicas de empresários ligados a diferentes setores do comércio ilícito.