Os moradores de Niterói, especialmente das regiões de Icaraí e Região Oceânica, demonstram preocupação com a redução no horário de atuação do programa Segurança Presente. 

A operação, que é suplementar ao trabalho do 12º Batalhão da Polícia Militar, passará a funcionar com dois turnos diários.

Desde o final de dezembro os agentes raramente são vistos em Icaraí e no Ingá e praticamente desapareceram da Região Oceânica.

Com a diminuição o serviço vai piorar. Havia um esquema de três turnos, o que assegurava maior cobertura ao longo do dia. 

A mudança foi detalhada em comunicado oficial do comandante interino do Segurança Presente, J. Carvalho, que informou que a decisão está relacionada a ajustes operacionais e novas diretrizes do Palácio Guanabara.

Entre as alterações, destacou-se a implementação de dois turnos de serviço (7h-19h e 18h-2h), em substituição aos três turnos anteriores. 

Na prática, serão duas horas a menos de cobertura policial na parte da manhã. Antes, a operação iniciava às 5h da manhã. A partir do dia 13 de janeiro será às 7h.

Durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói, moradores relataram episódios de insegurança e demonstraram temor de que os assaltos, especialmente no início da manhã, se intensifiquem com a ausência de policiamento no intervalo estabelecido.

O corte de turnos vai agravar ainda mais a situação da população diante da crescente agressividade de pessoas em situação de rua, que não respeitam mais horários para praticar furtos e agredir.

Muitos comerciantes, que pediram para não ser identificados, estão munidos de tacos de basebol e barras de ferro atrás dos balcões. Ou seja, a situação caminha para um acirramento que pode fugir do controle.

Um diretor de escola mencionou que o horário das 5h às 7h é crucial, devido ao alto fluxo de estudantes a caminho das escolas e ao transporte em vans escolares, frequentemente alvo de assaltos.  

Na manhã de hoje (8) o Secretário de Ordem Pública, coronel Gilson Chagas, falou na reunião do Conselho de Segurança que “eu entendo a revolta da população. A maioria dos delitos na cidade envolve pessoas em situação de rua, mas esse tipo de demanda exige especialistas da assistência social”.

O subtenente Bandeira, responsável pela operação na Região Oceânica, esclareceu na reunião que as alterações foram determinadas pela Secretaria de Governo e que a equipe do Segurança Presente apenas cumpre as ordens recebidas. 

A Operação Segurança Presente é reconhecida por moradores como um fator importante na redução da criminalidade em Niterói