Nenhuma cidade do Rio de Janeiro aparece entre as 20 mais violentas do país, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento considera a taxa de homicídios por 100 mil habitantes.

O governo do estado destacou a informação e relacionou o resultado à atuação das forças policiais e aos investimentos realizados. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), os roubos de veículos caíram 15,2% em junho deste ano: foram 1.896 casos, contra 2.237 em junho de 2024. No acumulado do ano, a redução foi de 10,2%.

A letalidade violenta também teve queda. Foram 269 registros em junho de 2025, uma redução de 14% em relação ao mesmo mês de 2024, que teve 313 casos. É o menor número para meses de junho desde 1991.

Entre os homicídios dolosos, a queda foi de 2,7%, passando de 226 para 220 casos. As mortes por intervenção de agentes do Estado caíram de 71 para 43, menor valor desde 2020. Houve ainda queda nos latrocínios: 30 no primeiro semestre de 2025, frente a 44 no mesmo período de 2024.

“O aumento nas apreensões de fuzis, drogas e recuperação de veículos demonstra o empenho no combate ao crime organizado e na retirada de armamentos das ruas, com os dados orientando as ações com precisão e eficiência”, afirmou Marcela Ortiz, presidente do ISP.

Trabalho estratégico e investimentos

O governador Cláudio Castro também comentou os resultados. Segundo ele, os avanços refletem “o trabalho estratégico das forças de segurança e os investimentos históricos que superam R$ 4,5 bilhões”, com foco na modernização dos equipamentos e na melhoria das condições de trabalho dos policiais.

De acordo com o Governo do Rio, entre as medidas adotadas estão a incorporação de 758 veículos e a aquisição de 1.714 viaturas desde 2022. Há previsão de entrega de 470 motocicletas e um helicóptero blindado ainda em 2025. O governo também informou que R$ 170 milhões foram aplicados em obras e reestruturação de unidades policiais.

O efetivo policial está em expansão. “Incorporamos 2 mil policiais militares entre 2021 e 2024, temos mais 100 oficiais e até 2 mil soldados em formação em 2025. E vamos convocar outros 2 mil a partir de 2026”, informou o governo.

Na Polícia Civil, foram abertas mais de 3.600 vagas. Em 2024, 830 policiais foram formados e, no primeiro semestre de 2025, outros 799 estão matriculados. O programa Segurança Presente dobrou o número de bases, que agora somam 50 unidades.

Reconhecimento facial

A área de tecnologia recebeu a maior fatia dos investimentos. Entre as iniciativas, estão o CICC Móvel, que apoia o patrulhamento em grandes eventos; a Agência Central de Inteligência, que realiza buscas eletrônicas e interceptações; e o Gabinete de Comando de Operações Policiais, voltado ao combate ao crime organizado.

O sistema de reconhecimento facial implantado nas câmeras de monitoramento urbano permitiu a prisão de 544 criminosos entre janeiro de 2024 e junho de 2025. O sistema portátil foi responsável por outras 588 prisões no mesmo período.

Entre janeiro e junho deste ano, foram apreendidos 387 fuzis — maior número para um primeiro semestre desde 2007 —, além de 12.337 apreensões de drogas e 8.658 veículos recuperados, aumento de 5,6% em relação a 2024. As forças policiais também retiraram 3.118 armas de fogo das ruas e efetuaram 21.069 prisões em flagrante.