O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis ocupações irregulares na área de proteção ambiental do Mangue de Pedra, em Armação dos Búzios.

No local, é possível ver uma cerca de arame farpado, um poste com câmera de segurança e uma placa com os dizeres: “Propriedade Particular – Vigiada 24 horas”.

A situação tem indignado moradores, que questionam a legalidade da intervenção em um ponto turístico que é uma das raras formações de mangue sobre substrato rochoso no mundo - há registros semelhantes apenas em Recife e no Japão.

A ex-vereadora e moradora Gladys Nunes denunciou a falta de fiscalização e a presença de construções na área, que deveria estar sob proteção especial.

"Quem autorizou esse cercamento? Existe documentação? Isso aqui é patrimônio ambiental de Búzios. Só faltou cercarem a praia!", disse Gladys, que continuou: "Isso aqui é uma área de preservação ambiental. Turistas vêm aqui para conhecer esse lugar único, mas a entrada está um caos. Deveria haver sinalização e pavimentação ecológica, mas o que vemos é desordem e construções irregulares", afirmou.

Em vídeos mais recentes publicados nas redes sociais, Gladys também mostra outra área de mata no bairro Arpoador, próxima ao Mangue de Pedra, cercada com arame e sinalizada com placa de “Propriedade Privada”. Há suspeitas de que milicianos estejam por trás dessas ações.

 

O MPRJ busca confirmar, junto à Prefeitura de Búzios, se as construções estão dentro dos limites da área de proteção ou em seu entorno imediato.

"Ali perto tem um terreno de um amigo meu, policial civil, que adquiriu aquele espaço há 33 anos. Ele não pode construir nada, porque disseram que é próximo ao Mangue de Pedra. O terreno dele fica de frente pra rua, fora do mangue. E dentro do mangue estão colocando cercas e placas", disse.

A reportagem de A TRIBUNA procurou a Prefeitura de Armação dos Búzios com questionamentos sobre a fiscalização no local, a origem da placa e a legalidade do cercamento, mas não obteve retorno até o momento.

O Ministério Público reforça que as apurações estão em andamento e orienta a população a denunciar outras possíveis irregularidades por meio da Ouvidoria da instituição, pelo site: [https://www.mprj.mp.br/comunicacao/ouvidoria](https://www.mprj.mp.br/comunicacao/ouvidoria)