Após alertar o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 21, de que ele poderá ser preso preventivamente caso continue a usar as redes sociais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) notificou os advogados dele a se manifestarem no prazo de 24 horas sobre o descumprimento de medida cautelar, seja direta ou indiretamente.

Na última sexta-feira, Moraes aplicou medidas cautelares contra o ex-presidente como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de postar nas redes, devido a indícios de que Bolsonaro tentar atrapalhar o processo de golpe de Estado, no qual é réu. Mais cedo, o ministro do Supremo reforçou que a restrição vele também para contas de terceiros nas redes sociais.

Porém, em seguida, Bolsonaro fez ato com aliados na Câmara dos Deputados e registros da visita foram parar nas redes sociais. Então, Moraes notificou os advogados do ex-presidente. Se eles não o fizerem dentro do prazo, poderá decretar a prisão de Bolsonaro.

Na decisão, Moraes citou vídeos publicados nas redes sociais em que Bolsonaro aparece mostrando a tornozeleira eletrônica aos aliados e fazendo discurso. Para o ministro, isso configura violação das medidas cautelares.

"A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas, inclusive por terceiros", escreveu Moraes na notificação.

Bolsonaro chamou tornozeleira de “máxima humilhação”

No Congresso, o ex-presidente mostrou a tornozeleira eletrônica, que chamou de "máxima humilhação”.

"Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República", disse Bolsonaro.

Vídeo da visita de Bolsonaro foi publicado em conta do Instagram do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), aliado do ex-presidente.

Pedido de prisão

Líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) entrou com pedido de prisão preventiva de Bolsonaro na noite desta segunda-feira, 21.A alegação é a transmissão nas redes sociais do discurso do ex-presidente.

O pedido foi feito a Moraes. Segundo Lindbergh, Bolsonaro descumpriu a proibição, quando teve discurso transmitido em redes sociais.