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Três narcoterroristas ligados ao Comando Vermelho foram mortos nesta sexta-feira (2) durante confronto com a Polícia Civil, em São Gonçalo. Entre eles está o traficante conhecido como G da Força, chefe do tráfico na Comunidade da Força e apontado pela Polícia Civil como o mandante do ataque que incendiou uma viatura da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em outubro de 2024.
A ação foi deflagrada por agentes da 72ª DP (Mutuá), que monitoravam o grupo há semanas. Segundo a delegacia, os criminosos foram surpreendidos ao chegar em comboio de motos à comunidade. Ao perceberem a aproximação dos policiais, os suspeitos reagiram com tiros e houve confronto. Três foram mortos — incluindo G da Força — e outros três foram presos em flagrante, sendo um deles ferido e levado sob custódia ao hospital.
Com os criminosos, os agentes apreenderam dois fuzis — um deles com a letra “G” gravada, em referência ao traficante —, uma pistola, drogas e duas motocicletas.
Segundo a Polícia Civil, G da Força foi o responsável por ordenar o atentado como represália à prisão de dez traficantes da comunidade dias antes. O caso segue sendo investigado pela Deam de São Gonçalo, que identificou outros envolvidos na execução do ataque.
Inquérito identificou executores
O atentado ocorreu na madrugada de 26 de outubro de 2024, poucas horas após operação da 72ª DP prender integrantes do tráfico na Comunidade da Força. Como resposta, criminosos incendiaram um carro da Deam estacionado em frente à sede da delegacia, na Avenida Dezoito do Forte, no Mutuá. A suspeita é que o alvo fosse uma viatura da 72ª DP, mas os autores teriam se confundido, atingindo o veículo da delegacia especializada.
A delegada Ana Carla Moura Nepomuceno, titular da Deam, obteve imagens de câmeras de segurança que mostram três homens em duas motos, sendo que um deles desceu e ateou fogo à viatura com material inflamável. Uma testemunha presenciou o crime, e a perícia confirmou o uso de substância explosiva.
A investigação identificou um dos envolvidos, que foi ouvido, se reconheceu nas imagens, mas negou o crime. Apesar das contradições, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva, e ele responde em liberdade, após o Ministério Público ter dado parecer favorável à medida. A denúncia, no entanto, foi aceita.
A partir do interrogatório, a Deam identificou os outros dois participantes. Os celulares deles foram apreendidos e o inquérito foi desmembrado para aprofundamento das apurações.
Quadrilha já havia sofrido baixa
Na semana anterior, o braço direito de G da Força — chefe do tráfico no Morro do Querosene — também foi morto em confronto com a Polícia Civil. Ele atuava como segurança pessoal do líder e exercia funções estratégicas na quadrilha. As investigações continuam, com o objetivo de capturar outros envolvidos no atentado e desarticular a estrutura da facção que atua em diversas áreas de São Gonçalo.