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Uma proposta do deputado federal Tião Medeiros quer tirar os benefícios sociais de quem usa eles em sites de apostas, as famosas “bets”. O projeto proíbe recipientes do Bolsa Família de usar o valor recebido no programa em jogos de azar.
A medida vem após a publicação de um levantamento do Banco Central que diz que os beneficiários do programa gastaram R$ 3 bilhões em bets via Pix no mês de agosto. Segundo a nota técnica, cinco milhões de pessoas de famílias que são beneficiadas pelo Bolsa Família usaram esses sites, com a média de valor gasto de R$ 100.
Dessas pessoas, 4 milhões (70%) são chefes de família (quem de fato recebe o benefício), que enviaram R$ 2 bilhões (67%) por Pix para as casas de jogos. Uma das justificativas da proposta foi o alto risco de endividamento dessas famílias de baixa renda com apostas.
Além disso, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, divulgou nota nesta quarta-feira (25) afirmando que os programas sociais de transferência de renda foram criados para garantir a segurança alimentar e atender às necessidades básicas das famílias em situação de vulnerabilidade.
"A prioridade sempre será combater a fome e promover a dignidade para quem mais precisa", destacou.
Dias afirma ter solicitado esclarecimentos ao Ministério da Fazenda e destacou ainda a proposta em andamento para a regulamentação desse mercado no Brasil.
"Nosso foco permanece firme: garantir que o Bolsa Família continue sendo um instrumento eficaz de combate à pobreza e à insegurança alimentar. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que esse objetivo se mantenha", disse, em nota.
Em agosto, o volume mensal dos jogos on-line foi de R$ 20,8 bilhões. O próprio BC fez a comparação: a arrecadação de todos os sorteios de loterias da Caixa foi de R$ 1,9 bilhão no mesmo período.