“Na guerra armada, se morre uma única vez; na guerra política, se morre e se renasce por diversas vezes”. A frase de Ulisses Guimarães é perfeita para o ambiente de muitas casas legislativas, Brasil afora, após as eleições de 6 de outubro último. Em Maricá, não foi diferente. Na volta aos trabalhos, este foi o tema mais repercutido entre os vereadores da Câmara Municipal, na última sessão plenária da semana - quarta-feira (9). 

Eleito, Adelso Pereira (Avante) prometeu tocar à frente seu projeto, que prevê uma Maricá mais sustentável. “O projeto da energia solar tem que sair do papel. O município ganharia muito, se a população pagasse apenas a prestação, ao invés da conta de luz”, ressaltou, destacando que o recém-eleito prefeito Whashington Quaquá (PT) pretende implantá-lo, mas com outro nome: 
“Servirá de modelo para Maricá e todo o Brasil. Estimula emprego e renda”. 

Com 2077 votos, Robson Dutra (PSD) lamentou a derrota nas urnas, mas, ao mesmo tempo, comemorou o fato de ter sido convidado para retornar à Secretaria Municipal de Turismo. “Só há um caminho para industrializar a cidade: através do Senai. Nenhum empresário vai montar uma indústria num município, sem mão de obra”, disse, ao apontar a importância de qualificar os jovens da cidade. 

“Quaquá conseguiu viabilizar um Senai em Maricá, no ano que vem. Peço que a prefeitura mande uma mensagem para que cada aluno matriculado ganhe um salário mínimo de Mumbuca. O futuro pós-petróleo é o turismo e a indústria”, argumentou, agradecendo Fabiano Horta (PT) pelo retorno à pasta do Turismo. 

Já Júlio Carolino (PDT), que conquistou 2071 votos, perdeu as eleições. Ele disse estar feliz por ter sido vereador de sua cidade. Em meio aos agradecimentos, aproveitou a oportunidade para denunciar quem tentou “comprar” seus correligionários: 

“Vários foram os tentadores aos meus apoiadores, que vieram com dinheiro, mas eles (correligionários) não se deixaram vender”.

Lado humano

O oposicionista Ricardo Netuno (PL) passou por cima das divergências políticas para reforçar os laços de amizade com seus pares de parlamento: a maioria é governista e apoia os governos petistas de Horta e Quaquá. “Aos colegas que não venceram a eleição, ressalto que somos amigos; temos alguma afinidade. A eleição faz parte de um ciclo. Tenho certeza de que o trabalho de vocês vai continuar. No futuro, vocês terão a oportunidade de voltar aqui. É uma honra legislar na cidade onde moro”, destacou Netuno, que chegou também a cobrar, do governo, que providencie mais ônibus amarelinhos com ar-condicionado para estudantes carentes: 

“Importante que isso seja ampliado. As mães estão solicitando. É uma demanda das famílias”.