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Aluno de veterinária da UFF é liberado após ser preso acusado de assédio
De acordo com estudantes, existem denúncias contra ele desde 2017
Aluno de veterinária da UFF é liberado após ser preso acusado de assédio
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 10 de outubro de 2024FacebookTwitterInstagram
Fotos: Reprodução e Divulgação (PMERJ)

Um estudante de medicina veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF)  de 62 anos foi preso, na tarde desta quinta-feira (10), acusado de assediar outras alunas. O caso aconteceu no campus do Gragoatá, em São Domingos, Zona Sul de Niterói, mas, segundo denúncias, acontecem desde 2017.

De acordo com estudantes, uma jovem de 18 anos estava sentada sozinha na mesa do bandejão quando foi abordada pelo homem, que ficou puxando assunto e a chamou para a banheira de hidromassagem. Ela o ignorou e ficou com medo de depor contra o assediador.

Segundo outras testemunhas, uma servidora da UFF avisou à vítima, que é de outro estado, para que ela tomasse cuidado, devido aos boatos sobre ele ser assediador. O homem não gostou e gritou com a funcionará enquanto tentava de defender.

Segundo denúncia, ele também agiu na biblioteca da universidade. Além disso, ele estava com remédios e uma bomba peniana dentro da mochila.
 

Estudantes descobriram que Maurício é aluno do curso de Veterinária da UFF - Fotos: Reprodução 

 

"O assediador estava na biblioteca agora, no Gragoatá. Ele sempre chega para conversar com alguma menina que está sozinha", disse uma acadêmica, que preferiu não se identificar.

A presença dele foi alertada pelas universitárias em redes sociais. Em um grupo de alunos no WhatsApp, uma mulher pede para que as outras não andem desacompanhadas dentro do campus.

"Meninas, não andem sozinhas. Infelizmente esse homem está fazendo maldades com as meninas que estão desacompanhadas", afirmou uma aluna, no aplicativo.
 

Estudantes alertaram sobre a presença do assediador - Foto: Reprodução

 

Acusado com bomba peniana e linchado

Em vídeos gravados na universidade, um estudante aparece batendo no acusado, que precisou ser protegido por seguranças. O homem foi atingido no rosto.

 

 

"Você é um assediador de m..... É isso que você merece. Porrada na sua cara. Seu f.......", gritou, revoltada, uma mulher.

Ainda de acordo com as universitárias, Maurício Crespo age assediando as mulheres desde 2017, quando começaram as acusações.

 

Segundo estudantes, o homem vem assediando mulheres na UFF desde 2017 - Foto: Reprodução

 

"Você é um assediador de m..... É isso que você merece. Porrada na sua cara. Seu f.......", gritou, revoltada, uma mulher.

Ainda de acordo com as universitárias, o acusado age assediando as mulheres desde 2017, quando começaram as acusações.

"Ele é da minha turma de biofísica e anatomia. Desde 2017, quando ele entrou, já tinham denúncias. Ele já chegou a perseguir uma aluna fora da UFF", disse outra estudante, em um grupo de WhatsApp.

 

 

“Ele estava com uma bomba peniana dentro da mochila. Na verdade, a mochila dele tinha cadeado. Aí falaram assim, nossa, mas por que você tem cadeado na mochila? Ele falou que não tinha. O policial falou que se ele não abrisse, ia dar voz de prisão. Aí ele abriu, tinha um frasquinho marrom de remédio, cheio de remédio misturado, cheio de comprimido diferente. E uma bomba peniana e um pozinho marrom, que eu não sei o que que é”, contou outro estudante, em áudio enviado nos grupos de WhatsApp de alunos da UFF.
 

 

Estudantes encontraram informações sobre ele no site da UFF - Foto: Reprodução

 

Liberado na Deam

O homem foi preso por policiais do 12º BPM (Niterói) e encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, onde o caso foi registrado como fato atípico. Ele já tinha seis anotações por outros crimes, como violência doméstica, desobediência, duas por lesão corporal, desobediência a ordem judicial e destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

No final da tarde, ele acabou sendo liberado. O homem contou que foi ameaçado de morte por uma pessoa que testemunhou em favor da aluna. O acusado contou que levou soco e um chute na perna esquerda, além de ter sofrido preconceito por conta de sua idade.

O suspeito é aluno de graduação no curso de medicina veterinária e estudante da UFF desde o segundo semestre de 2017, conforme mostra o Portal da Transparência da universidade.

Ele disse que irá pedir as imagens das câmeras do bandejão provar sua inocência, além de ter solicitado exames de corpo de delito. O acusado também prestará queixas por ameaça de morte, calúnia, difamação e preconceito.

Após sair da delegacia, o homem voltou para faculdade e comeu no bandejão. Enfurecidos, os estudantes o seguiram e o espancaram.

 

 

Nota da UFF

A Universidade Federal Fluminense (UFF) emitiu nota reiterando a posição da instituição contra toda e qualquer forma de assédio, importunação e violência contra as mulheres.

A UFF informou que, ao tomar conhecimento das denúncias de assédio sexual, a equipe de segurança da universidade prontamente acionou a Polícia Militar, que conduziu o suspeito à delegacia.

A universidade destacou que, no âmbito interno, a UFF iniciará a apuração do caso para tomar as medidas cabíveis na esfera acadêmica e administrativa. A universidade também se colocou à disposição para prestar apoio e acolhimento às vítimas.

A UFF lamentou o ocorrido e ressaltou que tem atuado de forma direta no combate ao assédio por meio de programas e políticas institucionais voltadas à discussão sobre o tema e conscientização da comunidade acadêmica.

"Também reforçamos a importância da manifestação das vítimas em relação a situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, por meio da Ouvidoria da Universidade", disse a instituição, na nota.

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