Conforme tinha anunciado há duas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30, o decreto que implementa tarifas de 50% sobre vários produtos brasileiros. A taxação foi feita antes do prazo definido para outros países que também foram afetados pela medida. Contudo, a entrada em vigor da taxação foi adiada do dia 1º para 6 de agosto.

Trump justificou a emissão da ordem alegando uma “emergência nacional”, motivada por políticas e ações consideradas “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro. As medidas, segundo o presidente americano, estariam prejudicando empresas americanas, ameaçando a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA e impactando negativamente a política externa e a economia do país.

Outro motivo apontado pelo presidente americano para a decisão foi o que ele classificou como “
perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e citou o caso do apresentador Paulo Figueiredo, que deve virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da trama golpista.

Neto do general João Figueiredo, último presidente do Brasil na ditadura, Paulo Figueiredo é acusado dos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Alguns produtos ficaram isentos

O decreto de Trump, contudo, deixou isentos 694 produtos estratégicos exportados pelo Brasil. Como o petróleo, aviões (além de motores, simuladores, pneus, peças de borracha e plástico), suco de laranja, suco de laranja, carvão mineral, castanhas brasileiras, aço, alumínio, cobre, madeira tropical serrada ou lascada, estanho e fertilizantes.

Contudo, itens como carne, café e frutas, que vendem bastante para o mercado americano, poderão ser afetados pela nova tarifa.

A lista completa de produtos afetados e isentos ainda está sendo consolidada pelas autoridades dos EUA e vai divulgada oficialmente nos próximos dias.

O governo brasileiro ainda não se pronunciou.