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Projeto da UFF visa diagnosticar problemas habitacionais em Niterói
Iniciativa transforma moradias em vulnerabilidade em espaços de melhor qualidade de vida
Projeto da UFF visa diagnosticar problemas habitacionais em Niterói
Foto do autor Leonardo Brito Leonardo Brito
Por: Leonardo Brito Data da Publicação: 31 de março de 2025FacebookTwitterInstagram
Divulgação

O Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveu uma tecnologia no setor habitacional chamada Modelagem da Informação da Construção (BIM) para permitir a criação de modelos digitais detalhados de edificações.

A Modelagem da Informação da Construção (BIM) é um processo que permite criar, gerir e partilhar informações sobre um projeto de construção. Integra dados estruturados e multidisciplinares e permite abranger todo o ciclo de vida de um projeto de construção

No projeto de extensão “BIM e Tecnologia Social para gestão socioespacial nas cidades”, a ideia é identificar e diagnosticar problemas nas edificações, planejar reformas com maior precisão, através dessa tecnologia e otimizar recursos, trazendo essa demanda para o Município, e garantir maior qualidade de vida das comunidades atendidas.

Executada em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação de Niterói, a iniciativa alia a necessidade de promover melhorias habitacionais em comunidades de Niterói à experiência acadêmica do grupo de pesquisa e extensão da UFF.

A experiência na Vila Ipiranga

 

 

A primeira experiência com o BIM aconteceu na Vila Ipiranga, comunidade mais populosa de Niterói, no bairro do Fonseca. O projeto envolveu diretamente os moradores, por meio de reuniões e entrevistas, em busca de ouvir as principais demandas e garantir que as soluções atendessem às reais necessidades dos moradores.

“O maior problema identificado foi a precariedade das instalações hidrossanitárias, que compromete a qualidade de vida dos usuários. A equipe realizou visitas técnicas para levantar as condições das moradias, utilizou ferramentas digitais para modelagem e organizou as informações em um banco de dados”, contam os coordenadores do projeto e professores de Engenharia Civil da UFF, Renata Faisca e Cristiano Travassos.

Foram identificadas as condições habitacionais de 23 residências, neste primeiro momento, o que    permitiu a criação de modelos digitais que reúnem informações técnicas essenciais para um planejamento mais preciso das obras.

 

 

“A modelagem BIM transforma as pranchas de projetos em dados digitais, portanto    aquelas grandes folhas com desenhos que apenas os técnicos da construção entendiam, dão lugar a modelos e maquetes digitais mais agradáveis. Ou seja, as informações da construção deixam de estar registradas em papéis impressos e entram em modelos 3D, que podem ser visualizados, entendidos e consultados com alguns cliques no computador ou no celular”.

Os professores apontam que a falta de padronização nas construções foi um dos principais desafios. “Isso dificulta a aplicação de soluções generalizadas. Ademais, muitas moradias apresentavam problemas de ventilação e iluminação inadequadas, o que impactava diretamente o conforto e a qualidade de vida dos moradores”, afirmaram os coordenadores

Na prática, o funcionamento base do projeto vem de uma reunião inicial com a prefeitura, que direciona as comunidades selecionadas para os projetos de melhoria habitacional. Em sequência, fazem a visita nas comunidades e nas casas, para, depois, conversarem com as famílias para entender os principais problemas de construção que afetam os usuários.

Após o sucesso na Vila Ipiranga, o projeto já está sendo ampliado para outras comunidades, como a Cocada. Segundo a Estratégia BIM Brasil, do governo federal, estima-se uma redução de 10% nos custos de produção com a utilização do BIM.

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