É inegável. Há um crescimento no número de baleias jubarte nos mares do litoral brasileiro. O que explica esse fenômeno? São mais de 30 mil indivíduos que com sua beleza dão um verdadeiro show, impressionando quem admira e acha incrível ver esses animais nos mares. Segundo o projeto Baleia Jubarte, no início do levantamento sobre as espécies, foram estimadas aproximadamente 2 mil baleias, no ano de 1988.

Neste final de semana, dez jubartes nadaram próximas à costa da Praia Grande, proporcionando um show único para quem acompanhava do Mirante do Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, ponto tradicional de observação equipado com lunetas. Ao lado delas, até golfinhos deram seu espetáculo. Um outro grupo com oito baleias foi avistado na tarde desta quarta-feira (16), entre a Ilha Redonda e Ilha Rasa, na orla de Ipanema.

 

E o que causa esse aparente crescimento nos mares? Na verdade, segundo o Projeto Instituto Baleia Jubarte, as baleias estão mais presentes porque escolhem as águas quentes do litoral brasileiro para se reproduzirem, acasalar e ter filhos. A área de maior concentração das baleias é o Banco dos Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, onde mais se reproduzem. O período de maior passagem das baleias acontece de junho a novembro, segundo o Instituto. Mas elas acabam aparecendo em praias tanto na região dos lagos, assim como também na capital.

“A ocorrência de filhotes, não necessariamente indica que nasceu especificamente em uma região/praia. São animais que não tem fronteiras, podem dar a luz ao longo da costa, e permanecem na costa brasileira alimentando e ensinando os comportamentos para seu desenvolvimento até o momento de sua migração para área de alimentação em novembro.” segundo o projeto.

Outra questão é o turismo de observação das baleias. Segundo o instituto, apesar do crescimento, existe uma preocupação.

“Pode colapsar o número de embarcações realizando o turismo e nem todos seguem as normas de avistagem .”, segundo o projeto.

Uma operação da prefeitura de Búzios, verificou as condições e aprimorou o preparo técnico das equipes locais para situação de risco com as baleias. Essa movimentação acontece dias após uma ocorrência envolvendo um animal encalhado na região. As baleias jubarte adultas podem pesar até 30 toneladas e medir entre 13 e 16 metros.

Quem também deu o ar da sua graça foram os pinguins. A presença deles na orla fluminense é comum durante o inverno, período em que essas aves migram da Patagônia Argentina em busca de águas mais quentes e alimento, devido as correntes marítimas. Durante essa migração, alguns pinguins podem se desorientar e acabar se aproximando das praias involuntariamente. Outros, em estado debilitado, são levados pela correnteza até a costa. Nesta segunda (14), alguns deles foram vistos na Praia de Itaipu e as imagens viralizaram.

Ciclo jubarte

Sem considerar o deslocamento, as jubartes permanecem exclusivamente no Brasil em torno de 4 meses, quando elas começam a retornar para o Oceano Antártico. As últimas baleias migram de volta no mês de novembro.

Grupos competitivos, com machos disputando uma fêmea, são comuns. Fêmeas que engravidam aqui, voltam grávidas à Antártica e só no próximo ano voltam para terem seus filhotes em águas quentes e sem o perigo da predação. As fêmeas que se reproduziram no último ano, terão seus filhotes nessa temporada agora. Os primeiros meses do filhote envolvem muita amamentação e muitos ensinamentos. Quando acaba o período reprodutivo, as baleias começam a retornar. Por volta de novembro, as últimas baleias vão embora. No final da temporada de alimentação, essas mães estarão desmamando os filhotes. Acabada a fase de absorção de energia por meio da alimentação, elas voltam o ciclo novamente, vindo se reproduzir.