Imagem Principal
Imagem
Niterói é a terceira melhor cidade do país em saneamento básico
Cidade faz parte de um grupo seleto de municípios com 100% dos serviços universalizados
Niterói é a terceira melhor cidade do país em saneamento básico
Foto do autor Leonardo Brito Leonardo Brito
Por: Leonardo Brito Data da Publicação: 15 de julho de 2025FacebookTwitterInstagram
Divulgação

Niterói é a terceira melhor cidade do país em saneamento básico. É o que relata o Ranking do Saneamento 2025, do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira (15). Niterói apenas atrás de duas cidades do interior de São Paulo: Campinas e Limeira.

Por outro lado, São Gonçalo está entre as 20 piores cidades do país no assunto. Do Estado do Rio, mais três cidades estão entre as piores: Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti.

Niterói, apontada como um bom exemplo, subiu quatro posições em comparação com o ranking do ano passado, quando estava em sétimo lugar. De acordo com o documento, a cidade da Região Metropolitana possui pleno tratamento de esgoto.

Além do destaque no tratamento de esgoto, Niterói faz parte de um grupo de apenas 11 municípios brasileiros que possuem 100% de serviços universalizados em atendimento de água.

No entanto, uma das cidades apontadas pelo documento com um dos piores índices do país é São Gonçalo, município vizinho, com 11,07% de coleta total de esgoto.

Nas redes sociais, o prefeito Rodrigo Neves celebrou a medida: “Esse resultado é fruto de planejamento estratégico, investimentos consistentes, regulação eficiente e parcerias público-privadas bem-sucedidas. Mas, acima de tudo, é reflexo de uma gestão que tem compromisso real com a qualidade de vida da população.”, afirmou 

Sobre o tratamento do esgoto gerado pelos habitantes do município, São Gonçalo trata somente 22,02%. São João de Meriti, na Baixada Fluminense, não possui nenhum tratamento de esgoto. Belford Roxo trata 9,94% e Duque de Caxias possui 6,17%.

Os dados da análise usam como referência o ano de 2023 e segundo o relatório, que faz parte do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), a falta de acesso à água potável impacta 16,9% dos brasileiros. Em todo o país, 44,8% não possuem coleta de esgoto. A falta de acesso causa problemas de saúde, de produtividade no trabalho e na qualidade de vida da população, impactando o desenvolvimento socioeconômico.

Os dados de 9 cidades do Rio de Janeiro foram analisados, por estarem na lista dos 100 municípios com mais habitantes no Brasil. A capital, Campos dos Goytacazes, Petrópolis e Nova Iguaçu também foram avaliadas.

Para o jornalista e ambientalista Emanuel Alencar, Niterói faz por merecer esse resultado mas precisa avançar mais: “Niterói vem colhendo bons resultados por estar conseguindo avançar, com capacidade de investimentos em água e esgotos. Mas há enormes desafios, como garantir balneabilidade a Icaraí, São Francisco e Charitas, com índices negativos para mergulho em todo o mês de junho, com raras exceções. Há muito esgoto prejudicando sobretudo as praias da Guanabara. Saneamento exige investimentos constantes e controle dos órgãos de fiscalização, e parcerias entre concessionárias e prefeituras, que fazem as intervenções em drenagem. São Gonçalo, muito maior e com histórico atraso em obras de saneamento, sofre ainda mais. A Estação de Tratamento de Esgotos de Alcântara, que começou a ser erguida em 2015, jamais ficou pronta, e a concessão para a Águas do Rio não olhou para essa obra. A ETE da Praia das Pedrinhas ainda opera com ociosidade de mais de 70% por falta de rede coletora. Não há solução mágica. Há concessões boas e muito ruins. Depende da capacidade da regulação dos serviços e do poder de fiscalização dos governos.”, afirmou 

O deputado estadual e ex-secretário de meio ambiente, Carlos Minc, comentou o resultado e citou que muitos gestores públicos e também privados não colocam o saneamento como uma prioridade.

“O atraso é secular. E vamos combinar, e eu sou daqueles que defendem o saneamento público, mas vamos combinar que a CEDAE não funcionava bem. Todo o dinheiro entrava numa caixa dos governos e não era reinvestido em saneamento. Então você tem canos velhos furados que não ligavam nada a lugar nenhum. E o caso de São Gonçalo, que aparece muito mal na lista tem a ver com esse atraso histórico. A CEDAE foi sucateada. Saneamento exige muito, muito investimento. E se o dinheiro arrecadado vai para a caixa única, como é que você vai trocar os tubos, consertar as elevatórias, ampliar as estações de tratamento? Então, esse resultado, se você pegar o nível de tratamento em outros municípios da Baixada, você vai ter resultados parecidos com esse. Você tem descaso, subinvestimento, muito desperdício de água, redes muito velhas, inoperantes e, sobretudo, falta de modernização e manutenção. “, afirmou o deputado


Procurada pela reportagem, a Prefeitura de São Gonçalo, informou que a concessionária Águas do Rio tem competência exclusiva sobre a distribuição de água e captação/tratamento de esgoto no município, cabendo a ela a responsabilidade sobre os índices aferidos pelo Instituto Trata Brasil. Disse também que vem realizando importantes obras de infraestrutura, macrodrenagem e drenagem em bairros inteiros e que já instalou três ecopontos do município, para coleta seletiva de lixo. E completou dizendo que vem cobrando rapidez nas ações da concessionária, a fim de melhorar a questão do saneamento na cidade.


Já a Águas do Rio, em relação aos dados de São Gonçalo, disse em nota disse que nos últimos meses, foram implantados mais de 100 km de rede de distribuição de água, beneficiando cerca de 164 mil moradores em diversos bairros, disse que já instalou 15 bombas, com 50 previstas até o fim de 2025, e mais de 30 válvulas controladoras de vazão, tecnologia que melhora o controle da rede e reduz perdas. No esgotamento sanitário, a concessionária diz que entregou uma nova rede que atende 30 mil pessoas e segue com as obras do sistema de Coleta em Tempo Seco, que irá beneficiar outras 85 mil, ao captar e tratar esgoto lançado irregularmente nos rios.

Relacionadas