Na noite desta terça-feira (1º), motoboys e entregadores de aplicativos em Niterói participaram de uma manifestação como parte de um movimento nacional por melhores condições de trabalho. O protesto, que percorreu diversos bairros da cidade, segue a tendência de paralisações que ocorreram em ao menos 20 estados brasileiros nos últimos dias.

A principal reivindicação dos motoboys é a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida, bem como o reajuste do valor pago por quilômetro rodado, que passaria de R$ 1,50 para R$ 2,50. Além disso, a categoria solicita a limitação de um raio de 3 km para entregas feitas por bicicletas e a garantia de pagamento integral para cada pedido entregue, independentemente da rota agrupada.

A paralisação também gerou impactos no setor de alimentação, que depende do delivery para manter sua operação. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Leste Fluminense (Abrasel) manifestou preocupação com os efeitos da greve. Em nota, a entidade declarou que respeita o direito de manifestação dos entregadores, mas alertou que a paralisação tem afetado significativamente os estabelecimentos.

"Defendemos uma política de valor justo para a entrega, que beneficie tanto os entregadores quanto os empresários, uma vez que o custo do delivery envolve diversos fatores", diz o comunicado enviado para A TRIBUNA.

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa as empresas de aplicativo, também se pronunciou sobre o protesto. Em nota, afirmou que "respeita o direito de manifestação" e que as plataformas "mantêm canais de diálogo com os entregadores".

Além dos protestos realizados nos dias 31 de março e 1º de abril, está prevista uma nova manifestação em Niterói no próximo dia 5 de maio. O ato será organizado pela Associação Nacional Família 2 Rodas - Voz dos Entregadores e contará com a participação de motoboys, moto-taxistas e entregadores ciclistas. A concentração ocorrerá às 9h no Ponto Cem Réis, no bairro Santana.