O Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica e Vigilância Genômica, do Ministério da Saúde, lançou o Painel Epidemiologia e Desigualdades: Doenças e Agravos na População para Raça/Cor. Iniciada na última sexta-feira (21), a ferramenta reúne informações detalhadas sobre o quesito raça/cor, entre 2012 e 2023, sobre casos de tuberculose, TB-HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis adquirida, sífilis em gestantes, sífilis congênita, violência autoprovocada e violência interpessoal. O painel pode ser acessado neste link.

De acordo com a pasta, as desigualdades raciais e sociais têm impactado negativamente a saúde da população negra, resultando em maior morbimortalidade e dificuldades no acesso aos serviços de saúde. O painel revela que a população negra (preta e parda) concentra a maior parte dos casos das doenças monitoradas. 

Em 2023, no estado do Rio de Janeiro, 68,73% de novos casos de tuberculose foram registrados nessa população, enquanto a população branca representou 26,59% dos casos. Além disso, a análise do desfecho de tratamento indica que as pessoas pretas e pardas interrompem o tratamento com maior frequência entre os casos novos de tuberculose.

No mesmo período, 61,03% dos casos de hepatite B foram registrados entre as populações preta e parda, enquanto 22,54% ocorreram na população branca. Em relação à hepatite C, em 2023, pretos e pardos representaram, juntos, 52,79% dos casos, e a branca 31,08%.

Ao analisar os casos de sífilis congênita (característico do indivíduo desde o ou antes do nascimento), no estado do Rio de Janeiro, em 2023, observa-se que a população parda concentra 52,33% dos casos. Na sequência, vêm a população preta (17,11%) e a branca (15,05%).

O painel é estruturado em três eixos principais que visam oferecer uma visão ampla e integrada sobre os desafios enfrentados por essa população: Indicadores de Enfrentamento ao Racismo; Características Sociodemográficas da População; e Morbidade da População Negra.