De repente o frio chegou no final da noite de sábado e o sentido humanitário de muitas pessoas foi abalada pela incapacidade de uma ação solidária para se resguardar da insônia do nada poder fazer em favor dos que foram encontrados nas ruas em desespero diante do tiritar de frio e sem um local para se proteger da chuva e do vento gélido.

O dever do socorro social é do Poder Público e não do indivíduo pagante de impostos e sem capacidade para prestar o socorro adequado.

Numa sociedade organizada era de se esperar a existência de um canal de comunicação e de ação.

Existe uma abastada Secretaria de Assistência Social mas o necessitado não sabe como acessar os setores encarregados da ação humanitária. O cidadão desejado de cooperar com a autoridade pública ou com as entidades privadas de assistência social, navega na escuridão da falta de informação e da apregoada transparência pública.

Sabe que em seu entorno existem inúmeros prédios abandonados mas sem acesso para o acolhimento emergencial, quando alguns deles podem ser abertos para a cooperação pública e comunitária de oferta de leitos simples, sanitários indispensáveis, utilização de artigos de cama ofertados pela sociedade e até, pelo menos, um lanche noturno ou oferta de água potável, sem se falar na assistência médica.

Este repórter não tem conhecimento de nenhum alojamento provisório no estilo daqueles que antes eram mantidos, em algumas cidades pela Cruz Vermelha Brasileira.

Se os administradores e os políticos nada fazem, nem mesmo no ano eleitoral - ‘mendigo não vota’ - o Ministério Público deveria estar empenhado em acordar as autoridades inertes diante de seus deveres sociais. 

A eficiência do Poder Pública não é avaliada para a punição dos que adormecem nos momentos em que deveriam estar de prontidão, pois para isto são remunerados e tem direitos até mesmo a gratificações de desempenho.

A luta pela estabilidade social precisa ser aberta e desenvolvida com sentido humanitário. 

O eleitor precisa conhecer a visão dos que estão envolvidos em campanhas para os cargos de prefeito, vice e de vereadores.