O criminoso Patrik Alvim do Nascimento, de 22 anos, conhecido como “PK”, foi preso na comunidade do Risca Faca, em Inoã, Maricá, na tarde desta segunda-feira (28). De acordo com as polícias Civil e Militar, ele é suspeito de envolvimento no assassinato do policial militar Luiz Fernando Santos de Paulo, ocorrido em novembro de 2024, em Niterói.

Patrik estava foragido e tinha três mandados de prisão em aberto, expedidos pela 3ª Vara Criminal de Niterói, pelos crimes de homicídio qualificado, organização criminosa e tráfico de drogas.

A prisão ocorreu durante uma operação do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 12º BPM, após trabalho de monitoramento e informações repassadas pelo Disque Denúncia (2253-1177). A ação foi realizada por volta das 15h30, na Rua 06 da comunidade.

Outros dois criminosos presos e drogas apreendidas

Na ação, além de Patrik, também foram presos Júlio Henrique de Oliveira Freitas, de 46 anos, com anotação criminal por lesão corporal decorrente de violência doméstica, e Ruan Carlos da Conceição Cunha, de 25 anos, com passagem por tráfico de drogas.

Segundo a PM, durante o patrulhamento no local informado pelo Disque Denúncia, os policiais observaram indivíduos em atitude suspeita. Ao notarem a aproximação das viaturas, os suspeitos fugiram para uma área de mata, dando início a um cerco tático. As equipes conseguiram localizar e capturar os três.

Com eles foram apreendidos 200 pinos de cocaína (350g), 135 pedras de crack (48g), 120 invólucros de maconha (777g), dois rádio transmissores e dois aparelhos de celular.

Todo o material e os acusados foram levados para a 82ª DP (Maricá), onde foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. No caso de Patrik, além do flagrante, houve o cumprimento dos três mandados de prisão que estavam em aberto.

Todos permanecem presos à disposição da Justiça e serão encaminhados a uma unidade prisional da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap/RJ).

Morte e investigação

Segundo a Polícia Civil, Patrik é investigado como um dos responsáveis pelo assassinato do soldado Luiz Fernando Santos de Paulo, lotado no Comando de Policiamento Rodoviário (CPRV). O crime ocorreu na noite de 8 de novembro de 2024, no bairro Fonseca, em Niterói.

De acordo com a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Luiz Fernando estava de folga e havia acabado de estacionar o carro na Rua Desembargador Mário Fernandes Pinheiro quando foi abordado por pelo menos três criminosos armados. 

Ele foi baleado na frente da esposa e dos filhos. De acordo com o delegado Willians Batista, as investigações apontam que Luiz Fernando foi morto após tentar prestar serviço de internet em uma comunidade dominada pelo tráfico. Os criminosos teriam se revoltado com a insistência do PM e ordenaram sua execução.

Imagens de câmeras de segurança registraram toda a ação: a família desembarca do carro, a criança corre e, pouco mais de um minuto depois, três homens armados surgem, atiram em Luiz Fernando e fogem em um Jeep Renegade preto clonado.

Até o momento, quatro suspeitos foram identificados. Douglas Nespoli de Jesus foi preso no dia 30 de janeiro de 2025, em Niterói, por força de mandado expedido pela 3ª Vara Criminal. Outros dois acusados seguem foragidos: Jonathan Oliveira dos Santos, o “Pelezinho”, de 22 anos, e Mychel Silva Monteiro, o “Salgado”, de 28 anos. Ambos possuem mandados de prisão ativos.

Processos e andamento judicial

Patrik Alvim do Nascimento responde a dois processos criminais em andamento na 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói. Ambos os casos tratam de homicídio qualificado, organização criminosa e tráfico de drogas e tramitam sob a competência do Tribunal do Júri.

O primeiro processo é referente à morte do policial militar Luiz Fernando Santos de Paulo e foi aberto em janeiro deste ano. Ele está em fase de instrução, e uma audiência de continuação está marcada para o dia 11 de agosto de 2025, às 13h30.

O segundo processo, aberto em abril de 2025, também trata de homicídio qualificado e organização criminosa. Ele envolve outros crimes atribuídos ao grupo, incluindo tentativa de homicídio em disputas do tráfico. O Ministério Público denunciou Patrik e a Justiça decretou sua prisão preventiva, mas ele não foi localizado.

Diversos mandados de prisão e intimações retornaram negativos, e o processo estava parado, aguardando novas manifestações do MP, até a captura do acusado nesta segunda-feira (28).

Com a prisão de Patrik, a expectativa é que os dois processos avancem. No caso de abril, a audiência de instrução e julgamento deve ser marcada. Já no processo mais antigo, em janeiro, o réu deve ser apresentado na audiência agendada para agosto, quando serão ouvidas testemunhas e acusados.

Disque Denúncia reforça colaboração

O Disque Denúncia pede que a população continue colaborando com informações sobre foragidos e pontos de venda de drogas. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pela central de atendimento (021 2253-1177 ou 0300-253-1177) ou através do WhatsApp Anonimizado (021 2253-1177), que possui tecnologia que remove dados de identificação. Quem preferir pode usar o aplicativo Disque Denúncia RJ.