Uma falha no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) pode impedir a estudante Manuela Richini de realizar sua matrícula no curso de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense (UFF). O erro a incluiu na categoria de cotas para pessoas transgêner o que, segundo Manuela, não corresponde à realidade de sua inscrição.

Apesar de ter tentado solucionar o problema junto ao Ministério da Educação (MEC), ela não recebeu uma resposta concreta e teme perder a vaga conquistada após um ano de estudo.

Aprovada, Manuela percebeu o erro assim que a lista de classificados foi divulgada, no dia 27 de janeiro. "Entrei em desespero porque vi que estava na categoria de cotas para transgêneros. Em nenhum momento, na minha inscrição, eu marquei essa opção", relatou a estudante em um vídeo publicado nas redes sociais.

Na tentativa de resolver a situação, Manuela entrou em contato com a UFF, que a orientou a buscar esclarecimentos com o MEC. No entanto, a resposta recebida não trouxe solução para o caso. "Eles mandaram uma mensagem automática explicando o funcionamento da Lei de Cotas, algo que já sei. Eu não posso concorrer nessa cota porque não sou uma pessoa trans. Mas houve um erro e ninguém resolve", lamenta.

A estudante, que cursou o ensino médio num Instituto Federal, que é público, se enquadra apenas na cota de escola pública. Contudo, com a classificação equivocada no sistema, ela não consegue confirmar sua matrícula nem entrar em lista de espera.

O prazo final para a pré-matrícula na UFF é na segunda-feira, 3 de fevereiro, e Manuela teme que a demora na resposta do MEC a impeça de ingressar na universidade. "Fiquei o dia inteiro tentando resolver, chorando, ligando para vários lugares e ninguém sabe como resolver. Meu medo é perder a vaga por um erro que não foi meu", desabafa.

O MEC, em resposta à solicitação de Manuela, apenas enviou uma mensagem explicando os critérios gerais de classificação do Sisu, sem esclarecer o erro específico ou propor uma solução para o caso. Com o impasse, a estudante segue buscando ajuda e apelando para as redes sociais na esperança de uma resolução rápida.