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Na noite desta quarta-feira (30), o elefante-marinho que foi apelidado de "Nikito" e que havia se aventurado pela segunda vez no Canal de São Francisco foi o centro de uma operação especial de resgate, promovida pelo Corpo de Bombeiros com auxílio de especialistas em fauna marinha.
A mobilização contou com a participação de biólogos e resultou no retorno seguro do animal ao oceano. Um dos principais recursos utilizados na operação foi um jato d’água controlado, direcionado com precisão para orientar o deslocamento do mamífero na direção adequada.
A estratégia buscava incentivar o elefante-marinho a nadar pelo canal até alcançar novamente o mar aberto. Ele já havia sido retirado do Canal de São Francisco na última terça-feira (29). Além do uso do jato, os socorristas empregaram uma escada e realizaram procedimentos de contenção e condução, sempre atentos ao bem-estar e comportamento instintivo do animal.
A ação despertou a atenção da comunidade local. Moradores e visitantes acompanharam de perto o desenrolar do resgate e celebraram o desfecho positivo, com o retorno do elefante-marinho ao seu ambiente natural.
Segundo o biólogo Rafael Carvalho, do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da UERJ, equipes da Guarda Ambiental monitorando o animal.
"Esses animais, eles entram onde dá pra entrar. Tem relatos de animais entrando 30 km para dentro de rios. Nesse caso, até pela questão de ser relativamente ruim para o animal adentrar esse canal, o pessoal vai tentar fazer o afugentamento dele novamente para a boca do canal, e vai tentar colocar alguma contenção ali", explicou.
Autoridades reforçam o protocolo: não se aproximar, não tentar tocar ou alimentar e evitar barulho. A área permanece isolada, e a Guarda Ambiental orienta que qualquer ocorrência seja comunicada pelo 153 (Cisp).
Da Patagônia ao Leste Fluminense
Nikito é um jovem elefante‑marinho‑do‑sul (Mirounga leonina), espécie que pode chegar a 6 metros e pesar mais de 3 toneladas. No inverno do Hemisfério Sul, juvenis se afastam das colônias na Patagônia em busca de alimento e descanso. Empurrados por correntes marinhas, alguns atingem o Sudeste brasileiro — aparições raras, mas previstas para a época, explicam pesquisadores da UERJ.