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O projeto MobiCrowd é uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Inmetro, com apoio da Faperj. Seu objetivo é usar os carros como aliados para melhorar a mobilidade nas cidades, de forma mais segura, inteligente e sustentável.
Lançado no fim de junho, o projeto também criou o V2Lab, um laboratório moderno instalado no campus da UFF. Ele conta com equipamentos avançados, como antena 5G e sistemas de monitoramento em tempo real. O laboratório reúne cientistas, empresas de tecnologia e estudantes, colocando o Brasil entre os países mais avançados em mobilidade conectada.
Mais de 20 estudantes participaram da primeira fase do projeto, junto com pesquisadores da UFF e do Inmetro, e com apoio de empresas como CPqD, Embeddo e VS Telecom. A próxima etapa vai contar com um investimento de R$ 3 milhões para testar comercialmente a tecnologia e firmar novas parcerias.
O V2Lab já testou um sistema que coleta dados de desempenho e segurança dos veículos em tempo real. Em testes nas ruas, foram gerados 200 GB de dados, que ajudaram a criar modelos com inteligência artificial para medir, com mais precisão, a emissão de poluentes.
Uma das novidades do MobiCrowd é considerar toda a cadeia de produção na hora de medir a poluição dos veículos. Com isso, carros elétricos deixam de ser vistos como “zero emissão”, e veículos a combustão que usam biocombustíveis podem alcançar resultados parecidos. A estimativa é que carros elétricos emitam entre 7% e 17% do que um carro a gasolina. Já os que usam biocombustíveis emitem cerca de 20%.
O projeto também criou uma plataforma de recompensas, baseada em blockchain, que paga motoristas por dirigirem de forma segura e econômica — até R$ 0,10 por litro economizado. Os motoristas escolhem quais dados querem compartilhar, que ficam protegidos por tecnologias seguras, como criptografia.
Hoje, cerca de 25 milhões de carros no Brasil já são compatíveis com essa tecnologia. Com isso, o MobiCrowd pode crescer bastante e mudar a forma como vemos os carros: não apenas como transporte, mas como ferramentas para melhorar as cidades e o meio ambiente.