Devido ao estado de degradação do Bosque de Charitas, em Niterói, a Prefeitura anunciou um conjunto de medidas para restaurar e preservar a área verde localizada ao lado da garagem subterrânea do bairro. A ação foi prometida pelo subsecretário municipal de Áreas Verdes da Seconser, Alexandre Moraes, durante uma vistoria feita a pedido da União de Síndicos de Charitas (USC).

O bosque, criado como compensação ambiental pela concessionária Águas de Niterói, tem sido alvo de danos causados por cavalos levados ao local por moradores de localidades próximas. Além de derrubar árvores de pequeno porte, os animais têm pisoteado a vegetação nativa em regeneração. A ausência de cercamento e de manutenção adequada permitiu a invasão do espaço por espécies exóticas, como amendoeiras e leucenas.

Durante a inspeção, Alexandre Moraes anunciou que o local será cercado e receberá placas informando sua condição de área de conservação ambiental, onde é proibido o pasto de animais. Também está previsto o manejo da vegetação existente, com poda de espécies nativas como caju, aroeira, pitanga e araçás, retirada de plantas invasoras e plantio de mudas da Mata Atlântica nos espaços ainda desprovidos de floresta.

O biólogo também ouviu demandas dos moradores e comerciantes locais, como a retirada das agaves, plantas originárias do México, e a criação de um corredor de clúsias (espécie nativa da restinga fluminense) no canteiro central da Avenida Sylvio Picanço. Uma casuarina que ameaça a rede elétrica será podada e posteriormente substituída por uma árvore nativa compatível com a fiação elétrica, a pedido da concessionária ENEL.

Além disso, os moradores solicitaram um estudo técnico sobre o avanço do mar na orla de Charitas, especialmente na área do campo de futebol do Preventório, onde o solo já se aproxima do nível do mar. Como medida mitigadora, sugerem o plantio de ipomeas, plantas fixadoras de areia, em toda a orla, além da orientação aos operadores de tratores da Clin e da Águas de Niterói para evitar danos à vegetação nativa remanescente.