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A força e a fé de Vicente Barreto
A força e a fé de Vicente Barreto
Foto do autor Aquiles Reis Aquiles Reis
Por: Aquiles Reis Data da Publicação: 14 de novembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Reprodução

Hoje falaremos de Na Força e na Fé (Saravá Discos), o 13º álbum autoral de Vicente Barreto. Ali, o baiano de Serrinha teve sua história de vida delineada em prosa e verso pelos parceiros Sonekka, Renato Teixeira, Alceu Valença, Zeh Rocha, Chico César e Zeca Baleiro, que com ele dividiram o novo trabalho. Eis algumas.

“Na Força e Na Fé” (Vicente Barreto e Sonekka): o baião vem na voz inequívoca de Vicente, que entoa os versos de um grande compositor com lugar guardado entre os grandes. Embora ainda não seja devidamente reconhecido, Sonekka sabe expor sua verve firme, liberta e sem parti pris: “(...) Foi no tumulto e confusão/ Que o tabaréu se assossegou/ Soprei canção no violão/ E aqui eu encontrei o amor”. Rafa Barreto, produtor do disco e o cérebro das inovações harmônicas e instrumentais, impõe seu talento e refresca xotes e baiões com arranjos em que palpitam seus instrumentos, tais como guitarras, synth, contrabaixo, samples e efeitos, tudo em meio à zabumba e ao ganzá de Guegué Medeiros, mais o triângulo e o agogô de Rafael Beibi. E assim a tampa do álbum abre com o suingue que Barretinho tem em si.

“Êh Flor” (Vicente Barreto e Zeca Baleiro): VB e Baleiro aprontam esta beleza que Vicente canta como se os versos, tão autobiográficos e emocionantes, fossem dele, não de ZB: “(...) Ouvi um dia a mãe dizer meu filho/ O mundo é um caroço de feijão/ A dor de todo mundo é a mesma dor/ Da solidão (...)”. O violão de VB traz o xote. Lá estão o contrabaixo de Zé Nigro, as percussões de Alice Vaz (zabumba e agogô), de Beatriz Da Matta (shaker, reco e triângulo) e a batera de Thiago “Big” Rabello. Tudo flui, tudo é encantamento, tudo história de vida de Vicente Barreto, ele que, como poucos, segue firme no propósito de mostrar ao mundo a sua força de compor, cantar e viver de seu ofício.

“Ilusão Retada” (VB e Chico César): a sanfona de Mestrinho e a percussão trazem o canto de Barretinho: “(...) Serrinha ficou parada/ É o moço, ê emoção/ Casou-se minha namorada/ Cadê minha mãe, meu pai/ Meus irmãos, meus camaradas/ É tudo recordação (...)”. Em duo, Chico César e Vicente cantam em terças. Logo, Chico assume o canto e leva o xote à frente – dá pinta de ser mais um sucesso! Percussões e baixo se somam ao violão de seis de Barreto e ao de 12 de Chico, e arrasam.

“Só Eu e o Sol” (VB e Sonekka): fechando a tampa, a parceria recente volta à luz: “(...) Simbora pro mar, melhor/ Deixar desses cafundó/ Quem sabe por lá, o amor/ Pra não ser mais só eu, eu só/ Pra não ser mais só eu e o sol”. E para tanto, lá está de volta o talento de Rafa Barreto, que é filho de Vicente – pronto, falei! 

As percussões, e os arranjos, são as marcas registradas deste novo trabalho de Vicente Barreto: juntos, enfatizaram sua voz e seu violão, bem como dão asas às palavras dos parceiros ali presentes.

Aquiles Rique Reis

Nossos protetores nunca desistem de nós.

Ouvir o álbum:

https://open.spotify.com/intl-pt/album/15pofkgWkeO8BRWPpFToPd?si=Rxmv-DghTmSCwnRyf0EnpQ


 

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