Realizada entre 20 e 25 de setembro últimos, a Pesquisa AtlasIntel foi a única que apontou cenários para um eventual - ontem confirmado - segundo turno, entre Rodrigo Neves (PDT) e Carlos Jordy (PL).

Os números preveem que Rodrigo teria 57,6%, contra 32,3% de Jordy.  

Num outro hipotético cenário - feito antes de conhecidos os resultados do primeiro turno -, Rodrigo venceria Talíria Petrone por 47,5% a 23,6%. Já entre Talíria e Jordy, os números variariam entre 40,2% a 35,6%, respectivamente.  

Abstenções, brancos e nulos

Niterói totalizou, no últmo domingo (6), 102.175 abstenções (24,92%); além de 3,28% de votos em branco e 5,53%, nulos.

O alto número de abstenções da cidade acompanha uma tendência nacional. Esta é a análise do cientista político Márcio Malta (Inest/UFF), para quem há um “desinteresse”, principalmente em relação a candidaturas que “não são propositivas”. “Significa apatia, falta de vontade e não identificação do eleitor com os projetos políticos. Não tem outro caminho, que não seja a questão propositiva", ressaltou, citando o caso Pablo Marçal, em São Paulo.

"Apesar de Pablo Marçal não fazer um debate propositivo, o eleitor, em geral, no país, gosta de debater propostas. Niterói tem esse perfil, historicamente”, disse Malta, apontando que o segundo turno é de fato uma oportunidade para se ampliar as discussões práticas da vida das cidades:

"É não dar um cheque em branco ao candidato. Com as devidas condições de como foi o primeiro turno, o segundo é no sentido de rever atos e posturas. Tudo isso soma".

Para o especialista, uma parcela de voto nulo não se refere apenas a "descontentamento", mas se deve ao fato de também, por exemplo, haver uma possível "dificuldade de uma pessoa idosa ou envergonhada”:

“Já o voto em branco, sim, é o retrato de não se identificar com nada do que está posto. A pessoa que vota numa legenda que não está concorrendo, no segundo turno, está claramente dizendo que gostaria que outro partido estivesse ali, mas não está".