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Um potente terremoto registrado nas proximidades da península de Kamtchatka, no extremo oriental da Rússia, desencadeou, na noite de quarta-feira (30), horário local (manhã no Brasil), uma erupção no maior vulcão em atividade da Eurásia: o Kliutchevskoi.
Com cerca de 4.750 metros de altitude, o monte Kliutchevskaia, forma completa do nome, está em constante atividade desde o final do século 17. Estima-se que o vulcão tenha aproximadamente 7 mil anos de idade.
Segundo o Serviço Geofísico Unificado da Academia de Ciências da Rússia, foi observado "forte brilho no cume, explosões e fluxo de lava pela face oeste do vulcão", conforme publicação feita no aplicativo Telegram. A informação foi inicialmente divulgada pela agência RIA e posteriormente confirmada pelo jornal "Folha de S. Paulo" com operadores de turismo locais.
Trata-se de um estratovulcão, estrutura de formato cônico formada por camadas sucessivas de lava endurecida, cinzas e fragmentos rochosos. Esse tipo de vulcão, que pode alcançar grandes alturas, é o mesmo do Eyjafjallajökull, cuja erupção em 2010 paralisou voos em toda a Europa.
Mesmo sendo uma região de difícil acesso, há presença constante de turistas. Existem alojamentos estatais simples e áreas destinadas a acampamentos. No entanto, o acesso a menos de cinco quilômetros do vulcão só é permitido mediante autorização especial, devido ao perigo que representa. A área também abriga outros dois cones vulcânicos ativos: o Kamen e o Bezimianni. É possível perceber tremores contínuos do solo já a certa distância, como testemunhado por uma reportagem em 2016.
Kliutchevskoi é apenas um dos 29 vulcões ativos situados em Kamtchatka. Ele está localizado cerca de 500 quilômetros ao norte de Petropavlovsk-Kamtchatski, capital regional que, após o forte abalo sísmico de magnitude 8,8 na escala Richter, continuou enfrentando réplicas ao longo do dia.
A região é pouco habitada. Kozirevsk, com cerca de 1.200 residentes conforme o último censo, é a principal vila nas redondezas e serve de ponto de apoio para trilhas e outras atividades de ecoturismo. A economia local também se sustenta na extração de madeira das densas florestas da região.