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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) anunciou nesta semana que o Brasil deixou oficialmente o mapa da fome. O resultado é atribuído à implementação de políticas públicas voltadas à segurança alimentar. Em âmbito local, Niterói vêm adotando medidas para enfrentar a insegurança alimentar entre a população em situação de vulnerabilidade.
Na cidade, três principais iniciativas têm sido apontadas como estratégicas: a Moeda Social Arariboia, os Restaurantes Populares e o Banco de Alimentos Herbert de Souza. Esses programas, coordenados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária, atendem milhares de moradores e têm como foco a garantia de acesso à alimentação e o combate ao desperdício.
A Moeda Social Arariboia é parte do Programa Municipal de Economia Solidária e beneficia atualmente cerca de 120 mil pessoas. O auxílio é utilizado principalmente para a compra de alimentos e insumos domésticos em aproximadamente oito mil estabelecimentos comerciais credenciados, especialmente em regiões periféricas. O investimento municipal ultrapassa R$ 600 milhões, com cerca de 80% dos recursos direcionados à alimentação.
Os Restaurantes Populares Jorge Amado (Centro) e Carolina Maria de Jesus (Fonseca) oferecem, juntos, 80 mil refeições mensais. Os almoços custam R$ 2, e os cafés da manhã, R$ 0,50. , voltada à formação profissional na área.
Já o Banco de Alimentos atua na arrecadação e redistribuição de alimentos doados por redes de supermercados, atacadistas e pela agricultura familiar. Os alimentos são encaminhados a 23 instituições cadastradas, que os utilizam no preparo de refeições para pessoas em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa conta com parceiros como Ceasa-RJ, Carrefour e Prezunic, que juntos já doaram mais de 23,6 toneladas de alimentos.
O Banco de Alimentos está localizado na Rua Padre Anchieta, 65, no Centro, e recebe novos cadastros de instituições sociais interessadas em participar da rede de distribuição.
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, as ações de segurança alimentar em Niterói são complementadas por iniciativas como a alimentação escolar e benefícios voltados a públicos específicos, como mães atípicas, idosos com baixa renda e pessoas com deficiência.
“Essas famílias usam majoritariamente esse recurso em supermercados para comprar alimentos e outros insumos para sua casa. O restaurante popular do Centro tem um perfil de receber mais pessoas idosas, enquanto o restaurante do Fonseca, na Zona Norte, tem um perfil de receber mais moradores e comerciários. O Banco de Alimentos coleta alimentos na rede credenciada e doa esses alimentos para instituições cadastradas e que realizam algum tipo de trabalho social na cidade”, explica o secretário municipal de Assistência Social e Economia Solidária, Elton Teixeira.
Moradora da Engenhoca, a dona de casa Ellen da Silva, de 37 anos, tem um filho de 2 anos e conta que a moeda tem sido essencial para sua família.
“Eu não posso trabalhar no momento porque meu filho ainda é muito pequeno, e isso me prende em casa. A Moeda Arariboia veio na hora certa e me ajuda muito, tanto para comprar comida quanto para remédios. Digo para todo mundo que essa moeda salvou muitas famílias que não tinham de onde tirar o sustento. Só tenho a agradecer”, disse Ellen.