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Um grave incidente envolvendo uma suposta falsificação do medicamento Ozempic trouxe graves transtornos a uma paciente da cidade do Rio de Janeiro.
Em conversa com o jornal A TRIBUNA, a vítima que optou por não se identificar, afirma que faz uso contínuo do medicamento para controle glicêmico, e que logo após a aplicação semanal, passou mal e chegou a perder os sentidos.
Segundo informações, o caso ocorreu em uma das filiais da Drogaria Cristal, em Ipanema, onde a paciente adquiriu uma caixa falsificada de Ozempic. Cerca de 30 minutos após a aplicação, ela apresentou sinais de hipoglicemia severa, desmaiando duas vezes antes de ser levada às pressas para o hospital da rede D’Or, em Copacabana.
Lá, a equipe médica detectou que seu índice glicêmico estava em 20 mg/dL, muito abaixo do nível mínimo aceitável. A paciente foi estabilizada após receber nove doses de glicose intravenosa.
Após suspeitas levantadas pelos médicos, a embalagem do medicamento foi analisada, revelando que se tratava de insulina falsamente rotulada como Ozempic. O hospital prontamente notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a família da vítima registrou um boletim de ocorrência por falsificação de medicamentos.
Além disso, foi aberta uma investigação de farmacovigilância pela endocrinologista responsável.
Já o laboratório Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, havia emitido um comunicado sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento.
"A companhia reconhece a gravidade da situação e esclarece que, até o momento, nenhum evento adverso grave foi registrado entre os casos reportados até o momento e que está em contato e colaborando com as autoridades competentes, para contribuir com investigação dos fatos", diz um dos trechos do comunicado emitido à imprensa.
Além do laboratório, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também se manifestou e pede que autoridades tenham atenção redobrada na compra de medicamentos, além de reforçar a importância de adquirir produtos apenas em farmácias de confiança.
"A OMS aconselha os profissionais de saúde, as autoridades reguladoras e o público a ficarem atentos a esses lotes falsificados de medicamentos. Pedimos às partes interessadas que interrompam qualquer uso de medicamentos suspeitos e informem às autoridades competentes", declarou Yukiko Nakatani, diretora geral assistente da OMS para Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde, em nota.
O que dizem os envolvidos?
Procurada, a Rede D'or informou que a paciente foi atendida e recebeu alta no dia seguinte. A unidade de saúde ressalta ainda que a paciente pode ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado, e pede que a apuração seja feita de forma correta. Veja a nota completa:
"Na quinta-feira (17), recebemos uma paciente na emergência do hospital Copa D'Or, apresentando um quadro clínico grave e de difícil identificação. Ela foi prontamente atendida e o quadro devidamente tratado e revertido. Como a paciente realiza tratamento com Ozempic e considerando a nota que o laboratório responsável pela produção do fármaco divulgou recentemente sobre possível falsificação do medicamento, houve a suspeita de que a paciente poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado. O hospital, então, informou as autoridades responsáveis, para que seja feita a devida apuração. O hospital ainda informa que a paciente se recuperou e recebeu alta no dia seguinte".
A reportagem tenta contato com a Drogaria Cristal, mas até o momento, não houve retorno.