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No próximo domingo celebramos o Dia de Todos os Santos, ou seja, aqueles que, em suas próprias circunstâncias e adversidades de vida, foram fiéis à mensagem do Evangelho em toda sua plenitude. Os santos são os nossos atletas da fé. Eles são sinais luminosos de uma realidade maior do que aquela em que a realidade se apoia.
Eles atravessaram os séculos de História cristã. Apareceram em horas de tremendas angústias. Trouxeram remédios sociais e físicos, a palavra que sustenta, o perdão que cura; viabilizaram a certeza do futuro. Nada seria em vão. E nada foi.
Nenhum deles fez isso por vontade e força próprias: todos ouviram um chamado. Uns responderam imediatamente, outros deixaram para depois, quase não levaram a sério. Mas a todos foi expedida uma carta registrada nos correios da eternidade composta de três incisivas palavras: QUERO MUITO VOCÊ.
Todos leram, e se interrogaram o que queriam dizer aquelas palavras. Vieram as respostas e as propostas. No fim, foi sempre alguém muito simples e desprovido de títulos que elucidou o conteúdo da mensagem. Para os simples, não era difícil perceber quem era o autor da carta.
Foi intencional que o sujeito da frase permaneça indeterminado, para que seja buscado no íntimo de cada um. No próprio coração, cada um escutará o mesmo convite. Não haverá dúvida quando o convite for escutado desde a profundidade da alma. Quando o coração fala, as frases não ficam sem sujeito: Alguém me ama e me chama.
Os santos são os especialistas da audição. Eles ouviram o que ultrapassa o ouvido humano.
Nas Olimpíadas, uma apresentação de poucos minutos esconde 10, 15, 20 anos de preparo, com jornadas árduas, lesões físicas, horas e horas repetindo o mesmo movimento, cansaço, tédio, tudo por alguns minutos de glória, ou não, porque erros acontecem e desclassificam. Podemos dizer que os santos são os atletas da fé no pódio dos altares. Eles tiveram de ouvir um chamado. E ouviram. E responderam sim.
Como está a minha audição ao chamado QUERO MUITO VOCÊ?
Dom José Francisco Rezende é arcebispo da Arquidiocese de Niterói.
Foi ordenado sacerdote no dia 10 de novembro de 1979. Especializou-se em teologia espiritual pelo Pontifício Instituto Teresianum, de Roma (1987-1989). Em 2011, o Papa Bento XVI o nomeou arcebispo da Arquidiocese de Niterói. Dom José recebeu o pálio das mãos do próprio Papa.